Como Don Moore esticou as antenas portáteis: balanço entre tamanho do loop, desempenho e limites reais (Parte 2)
Experimentos em campo com MLA-30+, mini‑whip PA0RDT e Wellbrook mostram onde tamanho, ambiente e alimentação fazem diferença para DXing portátil
O autor e DXer Don Moore compartilhou uma série de testes práticos com antenas portáteis que ajudam a entender até onde é possível esticar componentes econômicos sem perder performance essencial. Em comparação inicial entre o PA0RDT mini‑whip e a MLA‑30+ MegaLoop, Don encontrou que o mini‑whip se saiu melhor em ondas médias (MW) e nas faixas inferiores de ondas curtas, enquanto a loop amplificada (MLA‑30+) rendia mais nas faixas altas de curto alcance. Partindo dessa conclusão, ele foi além: substituiu o pequeno aro de aço do MLA‑30+ por loops de fio maiores e anotou efeitos reais de sobrecarga, ruído e sensibilidade.
Testes urbanos: quando o sinal forte vira problema
Em um teste nos subúrbios do norte de Chicago, Don lançou um loop de 25 metros em delta sobre uma árvore e conectou a MLA‑30+. Resultado: SDRs completamente sobrecarregados. A presença de fortes emissores de ondas médias na região fez com que sinais MW inundassem as bandas de onda curta, tornando a escuta inútil. A solução prática foi reduzir o perímetro do loop para 12 metros, o que diminuiu a sobrecarga e permitiu recuperar recepção útil em MW.
Comparação direta com a Wellbrook ALA‑100LN
Don repetiu o mesmo conjunto de fios, agora com a antena Wellbrook ALA‑100LN. O resultado mostrou que a Wellbrook apresentava um ruído de fundo ligeiramente mais baixo, mas, em termos de sinais visíveis no SDR, as duas unidades ficaram muito próximas nas mesmas condições. Em outras palavras: com o fio adequado e o ambiente certo, a MLA‑30+ pode entregar a maior parte da experiência de DX oferecida pela Wellbrook — especialmente para uso portátil e viajante.
Campo aberto: maior tolerância ao loop
Mudando de cenário, Don repetiu testes em Kansas, com menos estações MW locais, e a MLA‑30+ suportou sem sobrecarga um loop em delta de 25 metros. Em uma DXpedition rural na Pensilvânia, a MLA‑30+ também funcionou com loop de 40 metros de circunferência, embora com ruído um pouco maior que a Wellbrook usando o mesmo fio. A conclusão prática: a extensão máxima de fio que a MLA‑30+ aceita depende fortemente da intensidade dos sinais MW locais.
O que as imagens de SDR não contam (o tal 5%)
Don lembra um princípio óbvio a quem aprecia equipamentos: 95% do que se ouve com um receptor top pode ser captado também com um equipamento mais básico; porém, existe um 5% — sinais fracos, condições críticas de propagação — em que equipamento superior mostra vantagem. Ele acredita que, em comparação direta e criteriosa, a Wellbrook ainda levaria vantagem nesses cenários mais exigentes. Para viajantes, contudo, o ganho de portabilidade e preço do MLA‑30+ (e do PA0RDT) compensa perder esse cinqüenta por cento final.
Dicas práticas, modificações e alimentação
- Substituir o cabo coaxial pré‑fixado: Don e colegas acharam o cabo do MLA‑30+ de qualidade inferior; a troca por uma conexão BNC melhora confiabilidade e facilita o transporte.
- Alimentação via USB: alimentar a MLA‑30+ por uma power bank (ex.: 6.700 mAh) pode oferecer mais de 48 horas de operação — contudo, teste seu power bank antes, pois alguns exigem consumo mínimo e podem desligar automaticamente.
- Híbridos funcionam: usar a unidade de alimentação Bias‑T da MLA‑30+ com o head da Wellbrook mostrou nenhuma diferença visível nos testes — há compatibilidade prática entre componentes.
- Tamanho do loop: ajuste o perímetro ao ambiente. Em áreas com muitos emissores fortes, prefira loops menores (≈12 m). Em locais rurais, loops de 25–40 m podem ser viáveis.
Alternativas, clones e questões éticas
Don também mencionou uma alternativa testada por colegas: combinação do YouLoop com um amplificador clone chinês do LZ1AQ, que alguns usuários afirmam superar a MLA‑30+ até 16 metros, embora ainda não testado em MW. Nos comentários, leitores levantaram preocupação sobre clones prejudicarem criadores originais (YouLoop e LZ1AQ) e recomendaram buscar o produto autêntico quando possível. Em resumo, existem opções de baixo custo com bons resultados, mas há um dilema ético e prático sobre qualidade e suporte.
Conclusão: o que levar ao próximo DXpedition
Para DXers em viagem que buscam leveza, custo reduzido e flexibilidade, a combinação MLA‑30+ com PA0RDT mini‑whip é uma solução prática: permite usar um pequeno aro de aço em espaços apertados ou um loop de fio maior quando houver árvores e espaço. A Wellbrook continua sendo a referência para condições de DX mais difíceis, mas a diferença real de sinais detectáveis pode estar dentro de uma margem aceitável — especialmente para quem prioriza mobilidade.
Recomendações finais: teste seu conjunto no local onde pretende operar, ajuste o perímetro do loop conforme sinais locais, prefira conexões BNC substituíveis e leve uma power bank testada para evitar desligamentos indesejados. Assim você maximiza as chances de ouvir o tão disputado 5% extra — ou decide que ele não compensa o peso e custo.


